segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

A Teoria do Puzzle

Hoje ao jantar calhou em conversa falarmos do X, o amigo do Nuno, e alguém teceu o comentário de que X não era um grande "comunicador", falou-se das suas eventuais limitações, ao que o Nuno discordou e, de modo eloquente, nos mostrou, através da sua Teoria do Puzzle, que por vezes é uma questão de "visibilidade", ou de encaixe, para nos seguirmos pela alegoria...

"Eu acho que, às vezes, as pessoas são como peças de puzzle, há aquelas que parecem fazer todo o sentido, tentamos colocá-las e percebemos, então, que não encaixam, forçamos um pouco, deforma-mo-las até... Mas não encaixam!
E há peças cujo o significado e beleza só nos são visíveis depois de estarem no seu respectivo lugar, tendo permanecendo até aí completamente indecifráveis (ou mesmo ignoradas) para nós."

Esta imagem do Nuno é, por si só, de uma rara beleza, e creio até, de uma rara "eficácia".


E porque o O'Neill nos fez companhia nessa noite, um poema que o Luís partilhou, também a título de pertinência...:

Hah!

Há a mulher que me ama e eu não amo.
Há as mulheres que me acamam e eu acamo.
Há a mulher que eu amo e não me ama nem acama.

Ah essa mulher!

Tu eras mais feliz,Apollinaire.
montado num obus,voavas à mulher.
Tu foste mais feliz,meu artilheiro.
tiveste amor e guerra.

Eu andei pra marinheiro,
mas pus óculos e fiquei em terra.

Upa garupa na mulher que me acama,
que a outra é contigo,coração que bem queres
sofrer pelas mulheres...

in:De ombro na ombreira,1969

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