terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Os Oscares são de Hollywood, claro

Bem até este ano, desde que me sinto cinéfilo, torço sempre mais por este ou aquele filme, dos que tive oportunidade de ver à data da cerimónia. Todos os anos acho que se comete esta ou aquela atroz injustiça.

Vou só falar, dentro dos prémios, daquele que realmente posso falar á vontade: Melhor Banda Sonora Original.

Não ter ganho o Jonny Green pela banda sonora de "There will be blood", é uma injustiça. Não ter sido nomeado é um perfeito escândalo.
Vi o Ratatoille e o Atonement, que ganhou este prémio, e não ponho em causa que são optimas bandas sonoras, mas daí ao portento de escrita que é a do There will be blood vai um grande bocado.
Será que é uma banda sonora bonitinha e que é muito agradável de se ouvir? Nem por isso. É simplesmente o que dá aquela tensão incrivel ao filme, bem escrita até ao pormenor de ligação com o tipo de fotografia, com o ritmo narrativo, emotivo.... Conseguia perceber que não tivesse ganho, porque a malta da academia gosta é de coisas bonitinhas, e não de coisas que os fazem ficar crispados na cadeira a ver o filme, se o filme em si não tivesse sido tão nomeado. Mas assim realmente ultrapassa-me a compreensão. Mas vai daí talvez nem tanto. Talvez baseiem, como tanta gente que eu conheço, as suas ilustres opiniões no: Gostei, ou Não gostei, assim sem se dar ao trabalho de pensar nem tentar perceber nada do que realmente conta na altura de criar qualquer coisa em arte.

Um pacóvio qualquer olha para um quadro de génio e diz:
- Não gosto muito... Aquele azul está muito carregado. Aquilo ficava bem era assim mais esbatido.

Portanto a partir deste ano caguei assim bem lá de cima para os óscares. Não vale a pena chatear-me e ficar a pensar em sítio onde os senhores da academia poderiam enfiar um óscar, porque realmente o critério, daquilo que me sinto (muito) á vontade para falar, é pura e simplesmente o de ignorantes, ou de quem sabe qualquer coisa mas tem um mau gosto gritante.

Dois exemplos: No ano em que ganhou melhor canção original ( Diarios de motocicleta), Jorge Drexler foi o único dos intérpretes que não cantou a canção na cerimónia. Era desconhecido, então acharam mais bonito convidar o Antonio Banderas para cantar. Foi de muito bom gosto...
A Céline Dion! Melhor canção original foi aquela pirosada no ano do Titanic... Aliás muito raramente não é uma pirosada.
Felizmente sou europeu! E realmente se não gosto de 95% do que se faz em Hollywood por que é que haveria de gostar dos óscares?

Goodbye...

1 comentário:

Diabolous in Musicae disse...

Até q enfim, amigo. Bem vindo, fazes parte dum já vasto grupo que a Academia faz questão de engrossar de ano p ano. :)