sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

HIPERZAC


Bom, dei uma volta aí por outros Blogs e, ao que parece, a rapaziada anda mal...de amores nalguns caos, noutros não. Chegou talvez a hora de me chegar à frente. É preciso assumi-lo? Pois seja, eu estou mal! É simples, está dito.

Talvez seja pertinente explicar que os "homenzinhos" de quem tanto se fala seja uma quebra tão grande na motivação que não há para o quê despertar pela manhã. Enfim, é um sentimento de merda. É como se eu não tivesse vontade própria. E depois, como gosto de mim explicadinho, já fiz o meu diagnóstico, identifiquei as causas, tomei algumas decisões, esperei um pouco, o tempo faz sempre bem. Mas pronto, aqui estamos.

E não Ana, eles não me fazem medo, antes fizessem, eu teimo sempre em reagir ao medo, regra geral indo bater-lhe à porta. A minha mãe costumava sempre dizer-me "Tens medo mas não tens vergonha!" :)

Aos leitores e amigos, pedimos desculpa pelo incómodo, mas estou em obras.
E como tal, (infelizmente Rita, ainda não estou de volta) ainda não consigo assegurar condignamente este espaço (e os outros também não, mas 'no pasa nada', isto é mesmo assim).
De todos os modos vou dando um singelo ar ar da minha graça, que sempre vai gerando algum debate, q mais não seja, sobre o "meu gosto".

Pelo carinho e compreensão,

A Gerência agradece


quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Tigerheart


by *moodSwing08
De cada vez que vou a este site perco-me... Quando as finanças deixarem vou comprar umas quantas impressões para alegrar as paredes aqui desta casa, que verdade seja dita é um bocado deprimente. Enquanto não há dinheiro esta imagem vai para o Desktop, transmite bastante força, e eu bem vou precisar no mês que aí vem...
Quanto à casa o que a vai alegrando são os seus habitantes, sendo que dentro do possivel vão dando provas de uma boa disposição quase crónica.
Em breve vamos passar a ser só dois cá em casa. Quando morar com uma Espanhola meio freak for parte do passado e não do presente devo ter um bom post para partilhar.
Fica o site para posivelmente se perderem tanto como eu:

:)


Curtos passeios

Há cheiros que nos transportam para outros lugares; há pequenos detalhes que evocam situações particulares e há objectos, que ao permanecerem connosco, mantêm presentes momentos, sensações e saudades.

O vestido que tinha ontem consegue ter sempre esse efeito. Por breves momentos, conforme o dia vai passando, vou até Portobello Market. Deambulo um pouco pelas imensas bancas; espreito as novidades; experimento os chapéus; compro o Capuccino e vagueio como se estivesse em casa... Vale mais este passeio do que a caminhada pela Oxford Street.


Isto porque adoro mercadinhos. A familiaridade. Não têm nada a ver com os mercados que cá encontramos. Não são em sítios fechados. E as bancas têm um aspecto que dá vontade de comprar cada tipo de legumes. Em Salzburgo, e em várias cidades alemãs, há ainda os mercadinhos de Natal, com as coisas mais maravilhosas que podem imaginar, feitas à mão...


Depois do curto passeio, que quase me levava à Àustria, rapidamente volto a concentrar-me no que estou a fazer. A ida a Londres é tão real que quase poderia encontrar no bolso o guardanapo do doce capuccino. Tudo culpa do vestido!

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Os Oscares são de Hollywood, claro

Bem até este ano, desde que me sinto cinéfilo, torço sempre mais por este ou aquele filme, dos que tive oportunidade de ver à data da cerimónia. Todos os anos acho que se comete esta ou aquela atroz injustiça.

Vou só falar, dentro dos prémios, daquele que realmente posso falar á vontade: Melhor Banda Sonora Original.

Não ter ganho o Jonny Green pela banda sonora de "There will be blood", é uma injustiça. Não ter sido nomeado é um perfeito escândalo.
Vi o Ratatoille e o Atonement, que ganhou este prémio, e não ponho em causa que são optimas bandas sonoras, mas daí ao portento de escrita que é a do There will be blood vai um grande bocado.
Será que é uma banda sonora bonitinha e que é muito agradável de se ouvir? Nem por isso. É simplesmente o que dá aquela tensão incrivel ao filme, bem escrita até ao pormenor de ligação com o tipo de fotografia, com o ritmo narrativo, emotivo.... Conseguia perceber que não tivesse ganho, porque a malta da academia gosta é de coisas bonitinhas, e não de coisas que os fazem ficar crispados na cadeira a ver o filme, se o filme em si não tivesse sido tão nomeado. Mas assim realmente ultrapassa-me a compreensão. Mas vai daí talvez nem tanto. Talvez baseiem, como tanta gente que eu conheço, as suas ilustres opiniões no: Gostei, ou Não gostei, assim sem se dar ao trabalho de pensar nem tentar perceber nada do que realmente conta na altura de criar qualquer coisa em arte.

Um pacóvio qualquer olha para um quadro de génio e diz:
- Não gosto muito... Aquele azul está muito carregado. Aquilo ficava bem era assim mais esbatido.

Portanto a partir deste ano caguei assim bem lá de cima para os óscares. Não vale a pena chatear-me e ficar a pensar em sítio onde os senhores da academia poderiam enfiar um óscar, porque realmente o critério, daquilo que me sinto (muito) á vontade para falar, é pura e simplesmente o de ignorantes, ou de quem sabe qualquer coisa mas tem um mau gosto gritante.

Dois exemplos: No ano em que ganhou melhor canção original ( Diarios de motocicleta), Jorge Drexler foi o único dos intérpretes que não cantou a canção na cerimónia. Era desconhecido, então acharam mais bonito convidar o Antonio Banderas para cantar. Foi de muito bom gosto...
A Céline Dion! Melhor canção original foi aquela pirosada no ano do Titanic... Aliás muito raramente não é uma pirosada.
Felizmente sou europeu! E realmente se não gosto de 95% do que se faz em Hollywood por que é que haveria de gostar dos óscares?

Goodbye...

Ao som da melodia.


Por acaso.

Muitas são as vezes em que se ouve o comentário, cheio de propriedade, de que os cães são parecidos com os donos ou o inverso. O que é certo é que depois de uma atenta observação notam-se facilmente as mesmas características em ambos, o nariz achatado, a expressão feliz, o lacinho em cima da cabeça (?)... uma infinidade de apontamentos que não deixam espaço para dúvidas.
Na verdade, acho que grande parte é resultado da imensa convivência que uma relação exige. Porque senão for assim, porquê que acontece o mesmo com alguns casais? Nunca repararam que alguns casais são tão parecidos que quase dá para acreditar naquela teoria de que o parceiro mais promissor é aquele que é mais parecido com o outro que exibe características mais semelhantes? e mais uma vez: uns olhos alegres, um nariz comprido, o queixo com covinha, por aí.

Isto tudo para dar a conhecer que existe outro caso curioso de afinidade - há condutores que são a cara dos carros que têm. E nem sempre da forma mais positiva que para alguns possa soar. Para frustração de alguns carros, ou não, porque se há afinidade é porque, à partida, estão bem. Apenas pelo conforto que esse sentimento traz. Provavelmente, será mais correcto dizer que há alguns carros que são a cara do comportamento dos seus condutores. Se vemos uma condução, embora com um sujeito diferente, sempre com as mesmas características e ainda por cima constatamos que alguns km atrás tinhamos deparado com uma situação semelhante... acho que estamos perante um tipo de comportamento.

Pois muito bem, lá vai a bomba: Opel Corsa; carrinhas comerciais, estas nem precisam de marca, é como aquelas carrinhas familiares, as Combi (?). O conceito de familia é maravilhoso. Agora pô-la toda em risco de uma só vez. O pessoal dos Mercedes (dos antigos, rectangulares). Não vou falar dos táxis porque aí teriamos de falar de espécies sociais e não é o tema de hoje.
Quando algum caso destes se aproxima, quase podemos achar que temos poderes de previsão futura, uma vez que facilmente adivinhamos quais as reacções e próximos disparates que vamos presenciar, sem enganos. Realmente... é capaz de não ser tão mau, é capaz de ser bom para exercitar a intuição. Mas só por acaso.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Recordação da adolescência conturbada

No outro dia em conversa com o Diabolous in Musicae lembrei-me de uma expressão que se usava no meu grupo de amigos há muito tempo. Quando alguém andava na fase de não se conseguir levantar da cama de manhã - tipo na melhor das hipóteses às 13:00, e na pior ao fim-da-tarde - a culpa de tanta inercia não podia ser só sua, e só podiam haver ali forças sobrenaturais a intervir. Surgiu então nas nossas mentes uma imagem Liliputhiana: no quarto daquela pessoa havia uma raça de homenzinhos pequenos que a prendiam à cama, com jeitinho, de cada vez que havia o esforço para sair debaixo das mantas. Falinhas mansas ao ouvido, corais com canções de embalar, todos em cima do corpo do coitado que consequentemente não tinha forças para se levantar. Eram os Homenzinhos do Sono. Essas pérfidas criaturas.

Assim, quando alguém andava a fazer horário de morcego e se perguntava por ele:
- Então e o Filipe? (nome fictício... ou se calhar até nem tanto :-D)
E alguém respondia simplesmente
- Acho que tem pra lá os Homenzinhos em casa...
Ao que os restantes anuiam respeitosamente
- Eh pá! Os Homenzinhos...
- Isso agora vai ser uma carga de trabalhos para os tirar de lá!
E coisas do género

Nunca ninguém os viu. Os Homenzinhos... Mas que eles andam por aí andam.

P.S. Posts ás 10 da manhã sobre a Mayra Andrade são um muito bom sinal. A adolescência é um passado remoto e um homem feito já mete um certo respeito aos Homenzinhos, já não fazem gato-sapato dele, sem mais nem menos... Portanto põe esses gajos a mexer daí pra fora!

Aquele abraço!

Receita para começar bem o dia

1. Acordar mais cedo do que se precisa
2. Meditação
3. Banho ligeiramente mais frio do que apetece
4. Um pequeno almoço de brandar aos céus:
Pão de centeio ligeiramente torrado, com mel e queijo fresco; Sumo natural de laranja e maçã; Peça de fruta; Café
5. Ter tudo arrumado do dia anterior e só ter de vestir e pegar na trouxa
6. Sair de casa a ouvir muito boa musica no mp3
Correu estupidamente bem, obrigado!
Agora é manter o flow para o resto da semana.

A mulher dos meus sonhos



















Existe e tem nome: Mayra Andrade!!!
A não esqueçer!

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Next Stop

14 Março
DUOLOGY guitarduo
by Mickael Viegas & Tiago Alexandre
21 Março
Sara Gonçalves & Tiago Alexandre
recital voz e guitarra
(Só para dizer que estamos todos vivos... Amanhã um post a sério!)

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Aviso à navegação

Para as velhas gaiteiras que me empuram e dão cotoveladas á entrada do Metro:
Está bem que eu sou pacífico. "Da paz" como dizem os hippies. "Tá-se bem e cool" como dizem os dreads. Etc... E por acaso até acho piada à fúria desenfreada com que tentam passar à frente das outras pessoas.
Mas e se um dia destes tenho um ataque de macho Alpha Dominante e vos dou um pontapé no cú??? Hã?!? E se um dia queimo um fusivel e resolvo tranformar a estação do Parque em Parque Jurássico contando com a vossa preciosa ajuda???
Vá... Por hora ide em paz, e acotovelai e empurrai como se não houvesse amanhã, mas tende tais factos em consideração!
P.S. Eu sei que as velhas não vêm cá ler o blog... Com tanta novela boa que dá na TVI, com certeza não têm tempo, mas pronto, fica o desabafo :-)

Coração

Achei maravilhoso e resolvi partilhar! Todo o mérito do autor deste texto pode ser encontrado em o-ser-adormecido.blogspot.com.

"Todos os homens tem pessoas no coração...enchemos o lado esquerdo do peito com as pessoas que realmente nos interessam. O que muita gente não sabe é que dentro de cada homem existe uma espécie de armazem no peito...as pessoas que interessam vão para o lado esquerdo...e as outras, aquelas que temporariamente estão dentro de nós passam para o lado direito. Estão dentro de nós, estão dentro do nosso peito...mas estão do lado direito...por isso antes de te entregares...tenta saber de que lado estás tu no peito de um homem...porque a diferença do lado esquerdo para o lado direito é grande, para não dizer enorme ou googoleana.Não basta ouvir "Estás cá dentro!"! Tens de estar no sitio certo!"

Digam lá que não está interessante. A partir de agora, tentar que eles sejam mais específicos. Questionar sempre sobre que lado ocupamos não vá dar-se algum mal entendido:) Está aberto o espaço de discussão!

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Domingo cinzento


Entusiasmo

O Túnel do Rossio foi finalmente inaugurado ontem.
Como uma bela inauguração exige, havia viagens de graça para que todos pudessem experienciar a "nova" rota.
Como é verificado em tudo o que é de graça, compareceu na inauguração uma multidão. Todos queriam ver e estavam contentes pelo convite aberto.

Todos entraram para as carruagens novas, limpas, vazias do comboio que esperava. Quando lhes perguntaram qual o destino, para onde se dirigiam, ninguém soube responder. Cada um sugeriu uma paragem e os nomes não coincidiam. Afinal o que interessava era a viagem ser de graça.

Estavam a dar alguma coisa. Esta é a atitude quando se oferece alguma coisa. Se for uma caneca no pacote de café, compramos dois. Se for um boné no sumo, compramos cinco. Se for uma fatia de bolo do último lançamento de uma marca, arranjamos maneira de passar segunda vez. Se for uma viagem grátis, sabe-se lá para onde, enfiamo-nos todos no comboio e recebemos uma viagem igual a todos os dias, com a carruagem a rebentar pelas costuras, com a diferença que foi de borla. E, isso, parece que não mas faz logo toda a diferença.

O mais preocupante não é esse entusiasmo histérico. O mais assustador é perceber que por detrás deste comportamento, está uma necessidade de fugir a uma vida sempre igual e por si só rotineira. Uma vida miserável que leva com reclamações e nada de resoluções - é o fado! Uma vida que tem os tostões contados para cada dia. Uma vida cheia de desespero por esses tostões não se multiplicarem e não haver qualquer tipo de vislumbre de um emprego. Uma vida que passou e que, agora na velhice, não é mais do que uma solidão exarcebada e miséria.

Mas não, afinal quem não paga uma viagem para ver todo o entusiasmo de uma imensa multidão. Um momento de felicidade.

"Deêm-lhes pão e circo..."

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Escolher

Hoje tive o primeiro abalo na coragem desde há tanto tempo. A mesma coragem que vai fazendo parecer ás pessoas que sou mais alto do que sou na realidade. A alegria e o optimismo, de sol a sol, que me parece contagiar um pouco quem está à minha volta.


Na balança das coisas, o peso de um sentimento dá a perspectiva do seu inverso.
Hoje vi a possibilidade do sofrimento onde por tanto tempo apenas vi a possibilidade da felicidade. Clarividência, nada menos que isso. A imagem da queda, da altura do vôo. Hoje na claridade da tarde vi toda aquela dor. E tive medo. Apesar de cada vez menos sentir esse direito.
Terá quem rejeita a felicidade de compromisso o direito a ter medo da queda? Terá alguem que sente que toca os outros o direito a sentir-se frágil?


É-se forte por escolha, não por vocação. Existêncialismo: estamos eternamente condenados a ter o direito de escolher. Tendo caído tanto, escolho no entanto sempre os altos vôos. É tão legitimo como a segurança dos pés no chão.


Na realidade não espero cair assim tanto. Não há razões para isso. Esse é um dos segredos da coragem. Isso e aceitar que sobrevivemos sempre apesar das quedas.

Não é só atração do abismo, nunca poderia ser, às vezes a vida também nos empurra e temos de ir. Temos de escolher ser fortes. Como hoje tive de sorrir tanto ao ouvir Stravinsky na Gulbenkian ao final da tarde. Tive de me sentir reconfortado na simplicidade que é escrever, enquanto vou ouvindo a banda sonora do Solaris. E olhar para esta fotografia e pensar que até a mim me engano com o meu próprio tamanho. Nela está tanta felicidade. Como ver outra coisa?

Amanhã lá vou lavar a alma nesse mar enorme. Depois há-de vir o resto. Enquanto puder, hei-de escolher sempre ser maior do que aquilo que sou.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

100 Obras para ouvir antes de morrer nº4


Como quase sempre na história da musica, o tempo vai selecionando o que fica para a posteridade, com um certo sentido de justiça. Na altura em que morreu Jeff Buckley era muito pouco conhecido. Não tinha o élan de trazer novidades ao Rock alternativo (fossem elas boas ou más), não era um produto de marketing de um estudio qualquer, não era comercial, etc... Fazia pura e simplesmente muito boa música. Do melhor que ouvi até hoje dentro do estilo.


O tempo fez com que Grace fosse chegando a mais gente, aos poucos, num contágio lento mas decidido e irreversível. E hoje em dia talvez esteja perto do reconhecimento que merecia, mas que não teve tempo de atingir em vida. Um reconhecimento também ele especial, sem o histerismo que algumas bandas causam e que eu não consigo perceber por muitas voltas que dê á questão.


"Grace" é a cristalização em estúdio, com uma boa banda, do que Jeff tinha escrito e tocava sozinho nos bares de Nova York. O produtor é do melhor, o que ajuda muito no caso... Entre outras coisas produziu o "Californication" dos Red Hot Chilli Peppers, ou o "Relationship of command" dos At the Drive-In, que não são os melhores álbuns destas bandas por acaso...

Jeff Buckley teria sido um grande músico em qualquer área que escolhesse. É um daqueles casos raros em que se sente o espirito da musica encarnado numa pessoa. Para se compreender bem o talento em questão e a profundidade do "Grace" talvez seja preciso ouvir o "Live at Sin-é" A edição especial de dois cds, em que está uma espécie de retrato do Jeff em todo o seu esplendor. O talento, o humor, a humildade... Que previlégio deve ter sido assistir a um concerto destes num espaço pequeno e intimista, para os que o (re)conheceram cedo e iam enchendo os bares cada vez mais.


Cada faixa deste álbum fala por si, vai-nos conquistando definitivamente a seu tempo, no dia certo. Há mais de 10 anos que o ouço, de tempos a tempos, e não me parece que algum dia me canse dele.


É uma grande pena que o Jeff tenha morrido com 30 anos, e tanto para dar.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

"The great love sound"


Changing Your Strut When You Know I'm Behind You

Changing Your Ways Cause You Don't Know What To Do

I Only Wanna Tell You

How I Feel Inside

If Only You Could Listen

Try To Change Your Mind


So I Walk Right Up To You

And You Walk All Over Me

And I Ask You What You Want

And You Tell Me What You Need

Can't You Feel It All Come Down

Can't You Hear It All Around

At The Place Where Lost Is Found

That Great Love Sound


Talking To You Makes Me Wanna Shake And Shout

Touching You Makes Me Wanna Come Right Out

You Could Never Want Me

The Same Way I Want You

I'm Love Tornado Struck

I Don't Know What To Do



Tantas que podia pôr a letra. Esta é uma das minhas preferidas. Eles são dinamarqueses, são aclamados como mais um futuro do rock'roll e estarão no Santiago Alquimista dia 20. Mais palavras para quê?

Onde é que se carrega para pôr isto no pause...?

Sei que, de certo modo, estou contente com o homem que sou, com o homem em que me tornei, não fico radiante, com um sorriso de orelha a orelha, quando penso nisto, mas fico tranquilo. Em contrapartida (há sempre um mas...) não estou assim tão contente com a vida que tenho...penso que já deveria ter atingido certos "estádios", e aqui estou eu..., ainda. Enfim, talvez esta (chamemos-lhe) tristeza advenha do facto de ter apenas nove euros desde sexta-feira...
"Lá vou ter que suportar o peso de todas as cangas e pedir os duzentos escudos emprestados..." se bem que nesta terra até há eléctricos...

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Quanto mais pensamos


Conversas

Resolvi partilhar qual é o maior segredo do ginásio. É facto assente que o Universo fala connosco. Sob variadas maneiras. Umas vezes de forma mais clara do que outras. O que pode ser indiferente porque o giro é ele falar connosco ou tentar. Se formos ver o caso dos extraterrestres, esses nem tentam estabelecer contacto, o que já denuncia, à partida, um grau muito superior de inteligência...

Uma maneira de falar com qualquer transeunte é através da Publicidade, para isso não precisamos no entanto de ser o universo, mensagens espalhadas pela cidade é o que não falta, umas melhores, outras não se percebem, outras nem nos dignamos a olhar e na maior parte das vezes quando já estamos parados no próximo semáforo, já nem fazemos ideia de que marca era aquela (supostamente essa recordação virá mais tarde e na altura mais apropriada, na de compra por exemplo). Adiante... a publicidade além de todas estas características, mais umas tantas que podemos discutir noutra altura, pode ser uma forma do Universo ter uma bela conversa completamente inesperada connosco.

Esta semana, tive o privilégio de ter estado na amena cavaqueira com o universo, ele achou que devia meter-se comigo e fez-me sorrir. A conversa foi mais ou menos assim:
Ida para o ginásio
Marca de bebida alcoólica: "Get delicious!"
R: "Olha que giro, nem de propósito o ginásio conseguiria passar uma mensagem tão eficaz para quem lá vai..."
Regresso do ginásio
"Get delicious! A noite não tem fim!" reforçou a Marca de bebida alcoólica.
"Quantos são?" desafia a Marca de automóveis.
"Um dia danço contigo no meio da rua" promete a Marca de café
"Se o Ronaldo não mexe, não rende." Confirma a Marca de bancos
"Para um efeito imediato de preenchimento" aconselha a Marca de creme de beleza
"Um dia beijo-te a meio de uma frase!" confessa a Marca de cafés.

Resumindo, o universo aprova a ida ao ginásio para ficar deliciosa, porque as noites não têm fim e nunca se sabe quantos são. Vamos todos dançar no meio da rua, numa noite plena de lua cheia e ao som do músico meio desafinado de rua. Porque somos como o Ronaldo, se não mexemos, não rendemos (aqui levantei a sobrancelha... há várias interpretações... mas deixei-o continuar). E, por fim, confessou-me que um dia, para efeito imediato de preenchimento, seria surpreendida com um beijo a meio de uma frase. Ora, o que é que se pode querer mais depois de uma dança? Sorri, despedi-me e fui jantar. Percebem agora as vantagens do ginásio quando se ouve que faz bem ao corpo e à alma? No que toca a esta última, é de episódios destes, que nos fazem sorrir e acontecem durante o percurso, que se está a falar. Deixem os estranhos que há em vocês lerem e interpretarem as mensagens da cidade... pelo menos vão rir-se... e na pior das hipóteses achar que já não tenho mais remédio!!!

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

My Computer

Talvez a minha vida não ande tão animada assim, apesar de tudo.
Ontem num impulso mudei o nome do atalho no desktop de My Computer para HAL2000! Vivo agora na espectativa de que ele se volte contra mim :-/
Alguem me explica esta esquesitice???

Espelho


Então não é que acabei de descobrir para aí uns sete cabelos brancos na minha vasta cabeleira? Todos juntos num magote, como quem se quer fazer notar. Um deles chega ao ponto de audiciosamente estar levantado. Se olhar com atenção até o vejo a acenar.


Chega a ter piada. Isto tem sido uma crescente de sinais. Faz algum tempo recebi o comentário maravilhoso de uma amiga "Oh linda, essas ruguinhas nos olhos dão-te tanto charme!" (há amigas fantásticas, não há?). Agora os cabelos brancos... Começa a ter piada. Afinal sou eu que celebra em voz alta os 30 anos dizendo que é uma idade bonita! É sinal de que se aproximam:)


Equilíbrio

"Uma rapariga a correr sozinha. Apenas ela e a estrada, ouve-se a passada e a respiração nada mais. Sente-se bem. Não está só, está consigo própria, longe de tudo o que o dia-a-dia impõe e reclama. Este bem-estar também pode ser seu. Bláblá!" Isto podia ser um slogan para um anúncio publicitário. E na verdade foi algo parecido que vimos num filme "O que as mulheres querem!". A diferença é que acabava com uma frase de uma marca que agora não interessa nada.

Adoro correr. É bom correr comigo e a observar o rio, as gaivotas, a ponte... evito a passadeira, não é a mesma coisa. Nos dias mais acelerados, em que a cabeça não pára, urge equilibrar com o corpo. Suar é uma compensação. Esforço-me até ao limite e não desisto. Depois? Depois tomo um duche e fico como nova. Pronta para outra.

Até lá, não me peçam grandes conversas. Como é que uma pessoa toda suada, a tentar controlar a respiração pode ter vontade de falar sobre o tempo? Ok. Não façam como eu. Se meterem conversa convosco, façam um esforço e respondam como quem está pronto a fazer uma grande amizade... é que nunca se sabe e do outro lado pode estar o dono do ginásio. Dá sempre jeito. Ou não!

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Falta muito para o Natal???

Eu passo a explicar a minha ansiedade...
Apesar deste singelo Blog não ter um contador de visitas, é sabido em praça pública que recebe milhares de visitas diárias. Talvez milhões! É a loucura. Eu até nem instalei um contador porque tive receio de ele dar a volta demasiado cedo, e com isso iludir os visitantes. E então, com todo a publicidade gratuita que a ADIDAS tem tido nos últimos dias aqui no Blog, estou na esperança de que um dia apareça um senhor da DHL ou coisa do género com um grande embrulho para mim :-D
Era bastante simpático! Eu até sei que o staff da dita marca provavelmente vem cá espreitar, portanto espero que tenham essa delicadeza num momento oportuno.

Sugestão do dia!



Com tudo o que a palavra "pet" implica. Cuidar, dispensar tempo de forma carinhosa, dar mimos, levar a passear... e rir!

Obrigado Sophia...

“Pudesse eu não ter laços nem limites
Ó vida de mil faces transbordantes
Pra poder responder aos teus convites
Suspensos na surpresa dos instantes”

Sophia de Mello Breyner Anderson, in Poesia, 1944

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Freedom




Divagações...

Sou só eu ou quando estão à espera do troco de 1 cêntimo também se sentem constrangidos?


****


Tenho andado a pensar nisto. Depois de uma amena conversa, numa bela esplanada cheia de sol, seguiu-se "O sonho de Cassandra" do W. Allen. Mais uma vez estava presente a moral. A moral muito a gosto de Dostoiévski e a observação do comportamento humano à luz dessa mesma moral, muito a Woody Allen. Um indivíduo comete um crime. O acontecimento começa a pertubá-lo e recusa-se a desaparecer em forma de remorso. O remorso intensifica-se e para escapar a esse arrependimento, o pensamento imediato é de que deverá declarar-se culpado do crime, entregar-se, contar a alguém, porque só o castigo poderá apaziguar essa dor, esse remorso que não deixa dormir e altera toda uma maneira de ser - todos notam que não está bem, deverá trabalhar menos, descansar...
É nisso que tenho andado a pensar que peso é esse que nos destrói. Sobretudo quando podemos ver outro personagem que lida de uma forma completamente imune com toda a situação.
A mente humana é uma imensaidão de surpresas.


***

Sabem quando parece que passaram vários meses e quando vamos a fazer contas constatamos que foram apenas quinze dias? É confuso como a noção de tempo pode ser um equívoco. Os dias passando, cada um a valer mais do que 24h e horas que passam que gostaríamos que durassem um dia cada. Toda esta noção desorientada do tempo e a presença continua tão forte, tão presente... sem estar... equivocando ainda mais a noção de tempo por si só tão desorientada.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Desktop 9-2


Decoração nova do desktop de tempos a tempos, altamente estimulante...

Finas ironias da vida

Hoje de manhã cruzei-me com a Margarida Rebelo Pinto, no El Corte Ingles.

Eu levava um saco com três livros (Resistir - Esnesto Sabato + História de Cem Anos de Solidão - Eligio García Márquez + As perturbações do pupilo Törless - Robert Musil = 25 Euros... Muchas Gracias por las rebajas!).

A Magarida estava na secção dos cosméticos, segundo o que me pareceu, à procura de um bom rimmel...

Agora digam lá que a vida não é engraçada quando olhamos para ela com atenção.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Auto-Avaliação

Um dia cheguei á conclusão de que a minha imaginação ia muito para além do bom gosto, quanto mais do politicamente correcto, no que diz respeito ao humor.

Sendo utente do Metro desde que estou em Lisboa, vi desfilar o catálogo dos cegos que pedem nas carruagens. A primeira vez que vi dois cruzarem-se em sentidos opostos a minha mente processou uma cena de luta tipo "O Tigre e o Dragão" ou o "Matrix"! Lá fiquei a perguntar-me o quanto é saudavel a minha imaginação... Mas efectivamente tenho de me haver com ela. Quando passa um que tem o pregão já bem distorcido pelo uso a dizer "Tenha a bondade de me auxiliar...", mas que soa a "Tenha a bondade de me auzbrtghaar", dou por mim a encaixar palavras naquela última e pensar no resultado pratico. A pior foi possivelmente: Tenha a bondade de me alucinar com a vossa esmola por favor. A imagem de alguem a meter uma moeda no copo e do cego aos gritos e a ter convulsões, enfim, deixa-me com uns certos remorsos...
Ás vezes quase que vivo aquela alegoria de ter um diabinho em cima de um ombro e um anjo no outro. O diabinho faz a piada de péssimo gosto, e eu lá me vou rindo, e o anjinho no outro lado vai-me lembrando que vou ser chamuscado pela eternidade fora!

Outro episódio com um cego no metro deixou-me a pensar no estado das coisas.
Um cego com muito má fama, ou seja, de agarrado, de não ser bem cego, de ser bruto e malcriado, e tantas coisas mais, ia a passar e tropeçou na caixa da minha guitarra. Culpa minha, estava distraido e não reparei que ele tinha entrado ao mesmo tempo que eu na carruagem. Não caiu mas esteve quase, e desatou a dizer palavrões, como deve fazer tantas outras vezes ao longo do dia. Instintivamente pus-lhe a mão no ombro e disse com toda a sinceridade do mundo:
-Peço-lhe imensa desculpa! Esta distraido e e não o vi. Desculpe!
A expressão dele foi de algum espanto. Virou-se, pôs-me a mão no ombro também e disse:
-Não, eu é que lhe peço desculpa, pela falta de educação. Desculpe!
Cheguei á conclusão de que aquele simples gesto, em que alguém lhe mete a mão no ombro e lhe pede desculpa, deve ser coisa rara no seu dia-a-dia. A rotina deve ser mais o encalhar, dizer palavrões, e ganhar má fama. Deve ser muito dificil tratar bem um mundo que nos maltrata. Não nascemos todos para ser Ghandi, isso é de certeza.

Tiro alguma moral de tudo isto, obviamente. Não me sinto mal por o meu humor ser tão ruim, porque realmente, no fim-de-contas, o que importa mesmo é outra história.

P.S. Rita, apesar de estar moribundo e por isso pouco "apresentável", como tu sublinhaste à bocado, vim cá deixar este postzinho. Não quero que te sintas sozinha aqui no nosso canto! ;-)

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

you lucky girl!

Ontem, descobri um chocolate no saco de amostras de roupa que veio de uma produção fotográfica. Edição limitada. Chocolate de Madagáscar. Chocolate com pimenta. Quando agradeci, li no sms "you lucky girl! Enjoy it!".
Está ali. Ainda não provei. Disseram-me que essa combinação de chocolate com pimenta é óptima. Mais, que é afrodisíaca. Vou ter de provar. "you lucky girl! Enjoy it!"

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Não era mais fácil?


Adeus.

Acabei um dos livros que estava a ler. Após a longa companhia que me fizeram, todos os personagens foram embora. Despedimo-nos. Adeus. O problema agora é que tenho saudades. O tempo que estiveram comigo foi como se fosse sempre e agora foram embora. Fazem-me falta.

Exactamente o mesmo acontece quando acaba um filme ou um episódio das minha séries. Fico ali, com o olhar preso no ecrã, a tentar que toda a impressão que me deixaram não se desvaneça.

No cinema amaldiçou todos os que resolvem levantar-se no final do filme (ninguém tem culpa, os bancos é que deveriam ser individuais), ainda as luzes não acenderam, impossibilitando-me de desfrutar daquele momento, para mim único, do adeus. Embalada pela banda sonora, olhos pregados nas letras do genérico sem, no entanto, as ler, fico ali entregue aos meus pensamentos e ficaria mais tempo. Queria saber como foi depois, o que fizeram. Como foi depois.

É essa a magia dos livros e dos filmes transportam-nos para outro lado. Um mundo infidável de sensações novas. É uma viagem no tempo. É o regresso que me entristece. É a despedida. Adeus.

Na generalidade, as despedidas não me agradam. Ainda não aconteceram já tenho imensas saudades, às vezes daquilo que não vai acontecer. Não é fácil explicar. Evito o pensamento de que não vou ver mais, não vai acontecer mais ou simplesmente que não vou voltar, que não voltarei para a minha vida comum, singular, ao jeito de comédia. Cada vez que viajo (acreditem que não são poucas), não quero ir e acho que é isso, é o medo de não regressar e do adeus. Sobretudo por não ter dito adeus. Nunca digo adeus. Deixo em aberto. Até logo!

Confesso que até eu reciei que este texto acabasse na constatação de que sofro de dependência de viagens no tempo, principalmente do síndrome de telenovela (anda implícito que as pessoas dedicam tanta atenção às telenovelas porque assim podem escapar e concentrar-se por uns minutos numa vida diferente, que não a sua - um escape). Descansem não se trata disso. O meu problema é com os finais. Até logo!

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Petição contra o fim do ensino especializado da música em Portugal

Crime cultural de lesa-majestade.

Não há palavras que descrevam a política do nosso país, no que diz respeito à saude, à educação e à cultura. Como é que possível viver num país que não consegue criar as suas próprias soluções, insistindo em importar modelos que, por mais perfeitos e adequados que aparentem ser, ou são, se revalam sempre tão desajustados da nossa realidade?
Em causa está o ensino especializado da música nas escolas públicas em Portugal, em causa está a formação de um país - a profissional e, acima de tudo, a pessoal, aquela que forma o indivíduo, portador de uma identidade que vai cunhar o "colectivo" . Colectivo que nos forma país, que nos diz portugueses, checos, franceses...

Caminhamos a passo largo para um país ágrafo!

Segue-se um texto do punho do compositor e professor Eurico Carrapatoso, a sua eloquência não necessita de adjectivos. Contamos consigo para não cairmos no silêncio, no obscurantismo, na não-inscrição. Pense um pouco nisto, espalhe a palavra, assine a nossa petição.

Unamos esforços:
Viva,
O futuro do nosso Conservatório Nacional não tem as melhores
perspectivas. A ministra da Educação, numa óptica estritamente
economicista, parece considerar incomportável o ensino da música
ali exercido, suportando as suas opiniões na ressonância de uma
comissão de especialistas doutorados que, também numa óptica
estritamente economicista, lhe sugere, entre outras soluções, a
implementação das aulas colectivas de instrumentos [com 10
trompetes de cada vez ou com 10 cantores(não confundir com coro)],
para acabar de vez com o ratio insustentável de 1 professor para 1
aluno; comissão essa que também lhe sugere a subtracção do direito
às aulas aos alunos em regime supletivo, ou seja, àqueles que
buscam efectivamente, após o chamamento da sua vocação, a cultura
numa das suas formas mais cristalizadas - a música - seja como
complemento legítimo à sua educação e plenitude
espiritual, seja como investimento sério e responsável numa
perspectiva de futuro profissional, e,assim, canalizando o ensino
da música apenas para o regime integrado e articulado, a começar
aos 10 anos de idade. Temos de concordar com a ministra e com
aquela comissão: esta é, de facto, a idade típica, diria mesmo
ideal, em que a criança (que entretanto já terá lido e interpretado
Kant na primária) está no ponto de ouro para discernir sobre a sua
inquestionável vocação instrumental (Mãe: quero o fagote! De forma
alguma violeta, já disse!); e também na idade de se responsabilizar
pelos seus actos, dando o passo grave, e, a partir daí, suportar
todas as consequências do sentido do passo dado.

O Conservatório já sobreviveu a muitas situações desde a sua
fundação: sobreviveu à Maria da Fonte, ao Setembrismo, às
convulsões do Ultimatum e aos consequentes fervores republicanos. E
sobreviveu ao regicídio e à transição de Regime; e resistiu ao
fascismo e à economia de duas guerras mundiais; sobreviveu à guerra
do Ultramar, ao verão quente de 75 e ao Cavaquistão. E há-de
sobreviver ao Governo de Sócrates.

Comecei a escrever uma lista de alunos e ex-alunos do Conservatório
Nacional de Lisboa que seguiram (ou seguem) com sucesso a profissão
da música (por ordem alfabética de apelido). A lista foi crescendo
aos poucos consoante ia crescendo o meu orgulho por ser professor
numa casa que, com mãos tão generosas, deu frutos tão sumarentos à
cultura da subtileza de Portugal.

A cultura é a alma de uma nação. O seu valor é incalculável. Não se
mede por números, Sra Ministra.

Acordai!

Eurico Carrapatoso

http://www.myspace.com/contraofimdoensinoespecializadodemsica





A Teoria do Puzzle

Hoje ao jantar calhou em conversa falarmos do X, o amigo do Nuno, e alguém teceu o comentário de que X não era um grande "comunicador", falou-se das suas eventuais limitações, ao que o Nuno discordou e, de modo eloquente, nos mostrou, através da sua Teoria do Puzzle, que por vezes é uma questão de "visibilidade", ou de encaixe, para nos seguirmos pela alegoria...

"Eu acho que, às vezes, as pessoas são como peças de puzzle, há aquelas que parecem fazer todo o sentido, tentamos colocá-las e percebemos, então, que não encaixam, forçamos um pouco, deforma-mo-las até... Mas não encaixam!
E há peças cujo o significado e beleza só nos são visíveis depois de estarem no seu respectivo lugar, tendo permanecendo até aí completamente indecifráveis (ou mesmo ignoradas) para nós."

Esta imagem do Nuno é, por si só, de uma rara beleza, e creio até, de uma rara "eficácia".


E porque o O'Neill nos fez companhia nessa noite, um poema que o Luís partilhou, também a título de pertinência...:

Hah!

Há a mulher que me ama e eu não amo.
Há as mulheres que me acamam e eu acamo.
Há a mulher que eu amo e não me ama nem acama.

Ah essa mulher!

Tu eras mais feliz,Apollinaire.
montado num obus,voavas à mulher.
Tu foste mais feliz,meu artilheiro.
tiveste amor e guerra.

Eu andei pra marinheiro,
mas pus óculos e fiquei em terra.

Upa garupa na mulher que me acama,
que a outra é contigo,coração que bem queres
sofrer pelas mulheres...

in:De ombro na ombreira,1969

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Life:)


Sometimes when we look around... life goes like this!

Têm-se dado conta?



Ontem no Porto, em pleno evento, no meio de uma conversa, uma rapariga, que não é portuguesa mas vive cá, dispara... sabem que Lisboa é a cidade onde sinto mais controlo com câmaras de vigilância por todo o lado?

E vocês? Têm-se dado conta?

La Bohéme

Um post a 4 mãos hoje! Diabolous in Musicae e Tempus_Fugit :-)

Ás vezes, quando o dia parece correr mal, um telefonema muda tudo...

Tiago liga a Filipe:

T: Oh Julie Andrews, o que é que vais fazer?
F: Oh Judi Garland! Eh pá.. ia ter ensaio, mas foi cancelado.
T: Bom então põe-te a mexer praqui, tou com o Mikael e o Joaquim, e vamos à Tasca do Chico ao Fado Vadio.
F: Jantamos na Casa das Indias?
T: Tá combinado

Acabamos de jantar tarde, e quando chegamos á tasca do chico, essa meca do fado vadio, os estrangeiros e sua pontualidade horrorosa já tinham ocupado todas as cadeiras... Valeram os sorrisos de uma ou outra, e o lugar ao pé do balcão, onde podiamos ser atendidos mais rápido e o Filipe podia assediar a empregada brasileira.

Ponto alto da noite, quando chegam os artistas do fado:
Abordamos o "Viola", que amávelmente elucida 4 alunos da Escola Superior de Música sobre questões técnicas do seu instrumento!
- Vocês já sabem fazer a barra?
:-)
Temos, digamos, uma vaga ideia do que é fazer a barra. Os segundos que se seguiram foram entre o desespero e a explosão de riso... Lá nos aguentámos, com o Joaquim a fazer a pega de caras, e os outros a olharem para outro lado e a respirar fundo...

A descer todos os santos ajudam... Depois do belo Faduncho, seguimos para a proxima estação: Cais do Sodré

Jam session no O'Gilins, com muita estrela internacional, desde raparigas finlandêsas com ares de South Africa até ao nosso novo amigo Abdull Rahim, sem esquecer o Jon Luz ou a rapariga brasileira de afinação duvidosa. Enfim, a globalização em curso! As únicas estrelas que não tocaram fomos mesmo nós, mas fomos um público exemplar!

Já com algumas amizades novas feitas e demasido consumo lá regressamos ao Bairro, onde o Mikael tem os seus aposentos. Fomos tombando á vez, sendo o Filipe o primeiro a saltar do barco.

História do dia seguinte, ou a moral da história:
Filipe dirige-se a muito custo para a sua audição e Tiago para duas aulas de musica de câmara com a fantástica duração de 4 horas... Se estás num certo ramo da música, por mais que gostes, não dá para te armares em Jorge Palma...
É que para nós o filme é mais "Deitar cedo e cedo erguer"
E termino com uma citação do Joaquim "...é uma canseira que nem queira saber!"

Mas de vez em quando lá nos permitimos dar um ar da nossa graça.

Diabolous in Musicae
Tempus_Fugit
Algures em S.Sebastião