sábado, 5 de abril de 2008

O caminho escolhido


Tive o meu primeiro flirt com a guitarra bem cedo, como se vê na foto. Infelizmente, só começei a tocar na adolescência e a pensar em ser musico aos 19. O único musico da familia era o meu tio, que continua a tocar amadoramente, no pouco tempo livre que lhe sobra, até hoje.

Para responder á pergunta da Dejando huella, do porquê escolher ser musico em Portugal, tive de pensar no caso, porque realmente nunca tinha feito esse exercício.

Na altura a principal razão foi o querer fazer algo com a minha vida que me envolvesse. A última coisa que queria era um trabalho de corpo presente, o trocar o meu tempo por horas de trabalho para no fim do mês ter uns trocos e comprar umas coisinhas bonitas. Não tinha a mínima noção de como era a vida de um musico, mas não me enganei no principal... Se há pessoas que não nasceram para tarefas que nunca acabam e para um trabalho que lhe faz pesar a consciência de cada vez que estão um dia sem lhe pegar, há outras que precisam de algo assim para que a vida faça mais sentido.

Escolhi ser musico porque o prazer de me levantar todos os dias para fazer algo que gosto muito compensa tudo o que se perde. O lazer, o relacionamento com o tipo de pessoas - sejam amigos ou namoradas - que requerem muita atenção, etc...

Ser musico em Portugal ainda tem mais uns contras, é uma grande verdade, mas eu não encontro uma indiferença cultural tão gritante como isso. Se se é bom musico talvez não se passe assim muitas necessidades, mas é possivel que seja eu que tenho outras prioridades que não a estabilidade de uma conta bancária gorda. Vou fazendo os possiveis por ser bom naquilo que faço e esperando que a coisa não corra muito mal.
Realmente há muito público que vai á partida com "sete pedras na mão" para os concertos, que agem como se nos tivessem a fazer um favor quando vão ver um concerto. Tenta-se por tudo na maior parte dos sitios pagar o minimo possivel, quando não se arranja ninguém que toque de graça, etc... Não é um mar de rosas, garantidamente. Mas vai-se aguentando por tudo e todos os que fogem a essa regra e fazendo os possiveis por mudar as coisas. E porque tendo alguma consciência do que é bem e mal feito na minha área não sinto necessidade de um reconhecimento desmedido. Se algum dia achar que é tudo demasiado ingrato, não tendo vocação para coitadinho, mudo para outros ares. Sei que há sitios onde as coisas são diferentes.

Em resumo, sou musico porque tenho os valores diferentes das outras pessoas, e se não fosse musico era provável que fosse menos feliz. Não acho que isso seja melhor do que outras maneiras de estar na vida, mas esta é a minha...

3 comentários:

Ana disse...

Q fotogénico! Penso q seguirmos os nossos sonhos só pode ser a melhor opção. Qto à estabilidade q dai pode vir em termos económicos, de momento, neste país, só se optarmos por uma carreira no mundo do futebol.

Rita disse...

Adoro esta fotografia darling!:)

Dejando huella disse...

Oh! Nao estava a espera de outro tipo de resposta. Era mesmo isto.