Egberto Gismonti
Dança das Cabeças
Há 3 anos fiz muitos quilometros até Córdoba para ouvir um concerto deste senhor. Chegado à porta do Gran Teatro vejo um anúncio de que devido a problemas com as bagagens, a guitarra de 14 cordas do senhor Gismonti tinha ido parar não sei onde. O concerto ia ser de piano, o dinheiro dos bilhetes seria devolvido a quem assim entendesse desistir de assistir. Justo, afinal de contas era um concerto inserido no festival internacional de guitarra... Mas tal como eu, a esmagadora maioria das pessoas sabia quem era o concertista e não desmoralizou. O concerto teve 3 encores e aplausos de pé.
No ano seguinte lá estive outra vez, e a guitarra não se perdeu. (Aí está a foto proibida)
Só quem sabe a dificuldade que é dominar um instrumento pode dar valor à facilidade com que ele passa por tantos. Mas piano e guitarra toca mesmo a um nivel invulgar.
Este album é uma colagem muito bem feita de vários temas do compositor, criando uma obra em dois andamentos. Uma viagem. Sobretudo á amazónia, mas não só.
Egberto Gismonti e o percursionista Nana Vasconcelos desdobram-se pelos muitos instrumentos, percursão corporal, voz (sem letra, como instrumento também) e fazem coisas incriveis a vários níveis.
Estou um bocado cansado para descrever o indescritível, mas isto é do que melhor ouvi na vida, do que mais me tocou. Não consigo pegar na guitarra para escrever alguma coisa e esquecer que já ouvi Gismonti, e acho que isso já diz muito.
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