Dar um concerto mau nunca é bom. Pode é ter um lado bom...
No último concerto que dei levei com aquela clarividência que só o palco dá. O que é ou não repertório certo para esta ou aquela ocasião, ou mesmo se presta para alguma ocasião de todo, era para ser evidente, mas nem sempre é assim. O nivel de preparação e entrosamento entre os músicos, na minha área, tem de ser indiscutivel. Não há volta a dar.
Depois do concerto veio falar comigo um guitarrista italiano que eu não conhecia e que me esteve a ver. Primeiro corrigiu uma gaffe biográfica sobre um compositor seu conterrâneo, Fiorentino. Depois, durante mais de uma hora falámos sobre guitarra como só o podem dois guitarristas. Quando ao despedirmo-nos lhe disse que tinha pena de não ter dado um concerto melhor em vários sentidos, ainda pra mais estando ele a ver, franziu-me o sobrolho e abanou a cabeça com uma expressão que tão cedo não vou esquecer. Foi como se me estivesse a dizer que um mau concerto é um tropeção na longa caminhada que estou a dar há muito tempo e que já devia ter chegado a essa conclusão por mim.
É claro que ninguem pede desculpa por tropeçar sozinho. Mas ás vezes precisamos que nos franzam o sobrolho para percebermos, é assim. Isso e ter a vontade de não tropeçar mais.
Gracie Luciano...
domingo, 23 de março de 2008
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