Apenas neste estado de cansaço e automatismo escrevo sobre aquilo que não consigo explicar.
Aparentemente, entre nós só seriam evidentes as diferenças, cavadas a cada dia do meu crescimento. Não apenas as gerações, mas cada gesto do personagem que ambos vivíamos. Em tudo fomos como estranhos, aparentemente.
Quando te perdi fiquei sem uma parte de mim que nada tem que ver com a memória de momentos que eu não podia ter, e que tu guardavas como tesouros, atrás de um sorriso. Era um conhecimento tão profundo que transcendia todas essas diferenças, todas essas memórias que poderiam ter sido outras.
Há simplesmente aquilo que não se explica. Eramos dois estranhos, e há um ano, no dia em que te perdi, Avô, perdi uma parte de mim.
quarta-feira, 19 de março de 2008
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2 comentários:
Triste, mas bonito :-)
Há um poema do Pessoa que diz que "a morte é a curva da estrada e morrer é só não ser visto".
Estamos aí, amigo, e curvas é o que isto mais tem.
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