Não sei em que altura da minha vida se deu a mudança. Tenho uma relação desconexa com o tempo, e em particular com as datas. Sei que em determinado ano começei a ser atacado pela melancolia no Verão. Em plena silly season, no meio da euforia geral, peles bronzeadas, férias da maioria, festas consecutivas... No Verão é sempre mais dificil aceitar o vazio existêncial que se abate sobre mim, sem razão óbvia ou sequer motivo transcendente que eu consiga identificar. É até grave que eu tenha começado a aceita-lo. Apesar de lidar bem com a diferença, incluindo a minha em relação aos outros, não acho que se deva prestar-lhe nenhum culto...
Já o Outono vem sendo, invariavelmente, toda uma explosão de expectativas e energias renovadas. Que estranho. Transpira energia e optimismo. Esperança, de que tanto venho falando.
Até hoje não me lembrava do padrão a que venho obedecendo, não sei desde quando. Na verdade acho que não sou bom com datas porque não lhes dou importância (até sinto pena quando vejo alguém a sofrer, porque anos depois, aquele é o dia do calendário em que aconteceu não sei que infortúnio... valerá a pena?). Hoje uns poucos telefonemas em que o trabalho, felizmente, se encontra com amizade reacenderam a pálida luz outonal, translúcida, que me vem permitindo ver quem consigo ser.
É que no Verão não faço nada de jeito. E agora vou começar tanta coisa que tenho uma vontade imensa de abraçar... No outro dia, primeiro dia de trabalho no conservatório, enquanto me chegava à frente para atender mais uma pessoa, dois colegas:
- Mas vocês iam beber café... Ele podia ter saído que eu atendia...
- Deixa estar, ele gosta de trabalhar.
E de certa maneira estou desconfiado de que gosto realmente! (com alguma ajuda do trabalho em questão) Onde é que eu terei apanhado esta doença?
Já o Outono vem sendo, invariavelmente, toda uma explosão de expectativas e energias renovadas. Que estranho. Transpira energia e optimismo. Esperança, de que tanto venho falando.
Até hoje não me lembrava do padrão a que venho obedecendo, não sei desde quando. Na verdade acho que não sou bom com datas porque não lhes dou importância (até sinto pena quando vejo alguém a sofrer, porque anos depois, aquele é o dia do calendário em que aconteceu não sei que infortúnio... valerá a pena?). Hoje uns poucos telefonemas em que o trabalho, felizmente, se encontra com amizade reacenderam a pálida luz outonal, translúcida, que me vem permitindo ver quem consigo ser.
É que no Verão não faço nada de jeito. E agora vou começar tanta coisa que tenho uma vontade imensa de abraçar... No outro dia, primeiro dia de trabalho no conservatório, enquanto me chegava à frente para atender mais uma pessoa, dois colegas:
- Mas vocês iam beber café... Ele podia ter saído que eu atendia...
- Deixa estar, ele gosta de trabalhar.
E de certa maneira estou desconfiado de que gosto realmente! (com alguma ajuda do trabalho em questão) Onde é que eu terei apanhado esta doença?
2 comentários:
Não é doença, é vontade de dar e de ser sempre mais do que aquilo que já és! O que começa a ser raro nos dias que correm... O "deixa estar, ele gosta de trabalhar..." não foi, de modo algum depreciativo! =)
Ah mas não és citada em tom depreciativo... O tom foi jocoso e com um misto de aprovação e maldade :)
Também não havia de ser só pelos meus lindos olhos que me recomendavas como colega tantas vezes! ;)
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