terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Em casa.

Nas grandes cidades, há quem fuja do centro cosmopolita para viver nos arredores, conseguem-se casas mais baratas, é o principal argumento proferido. Perde-se noutras coisas, dizem os outros que elegem o centro para morar. Em Lisboa, preferem os bairros porque são mais característicos e, no fundo, mais familiares. Têm o palpitar das aldeias, comércio tradicional e o senhor do café já sabe o que vai ser o pequeno-almoço. Não é em vão que se concentram nos vários bairros da cidade familias oriundas dos diferentes pontos do país. Quando vieram para Lisboa, saidos da província, como antes se chamava, em busca de trabalho que lhes proporcionasse uma vida melhor, procuravam um local para viver que fosse acolhedor. Embora dentro de uma cidade grande, um lugar que lhes passasse a paz da sua terra, aldeia. Um sossego que faz surgir a questão de se estaremos mesmo a viver numa grande cidade.
Um lugar que de alguma forma faz sentir em casa.

Em casa. Não acontece com muita frequência mas são as pessoas que vão passear o cão, ou deitar o lixo, de chinelos, despenteados e embrulhados num robe, como se estivessem em casa, que reforçam a ideia quase perdida de bairro.

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