Mais desconcertante do que elas dizerem que não os percebem ou eles dizerem que não as entendem, é quando as pessoa andam desfasadas. Estão desfasados no tempo e nos sentimentos.
Tenho um amigo que diz ter uma rapariga até bastante interessada. O problema é que "Ela é muito alta. É gira, uma querida mas é muito alta! Não gosto de mulheres mais altas."
Tenho uma amiga que anseia que o namorado assuma o que sente por ela e queira namorar com ela para sempre.
Tenho um amigo que está sempre com uma amiga, fazem tudo juntos, gostam de estar um com o outro. Para ele não passa de amizade, não tem vontade de ir com ela para a cama, nunca foi, mas questiona-se sobre se será amor porque sabe que é isso que ela quer.
Tenho outro amigo que perante uma namorada, que para ver no que ia dar e a ex-namorada com quem não há futuro mas há borboletas, questiona-se e parte o coração à primeira.
Tenho uma amiga que gostava que a surpreendessem com uma acto revelador de sentimentos e vontade de ficar, mas não há maneira de isso acontecer.
Tenho um vizinho (que lhe devia apresentar) que nunca tinha visto na rua até à noite em que me abordou, dizendo que me tinha de conhecer, saber o meu nome e conseguir levar-me a aceitar tomar um café ali no bairro. "Tens qualquer coisa que te distingue no meio das outras pessoas. Tive de arranjar coragem e vir falar contigo!" Gelei de forma estupefacta embora me estivesse a rir, seria algum psicopata? Andando sempre para o carro, disse-lhe que podia ser que nos encontrássemos noutro dia e se, por acaso acontecesse, que iria tomar café com ele. Talvez para compensar a coragem que teve. Se nunca nos tinhamos encontrado, não nos iamos encontrar agora, logo não havia café. Enganei-me. E tive pena porque depois de um acto de coragem, não tive nada para dizer-lhe, não o achei interessante e ele até parece bom rapaz. Cada vez que agora, passados três anos, passo por ele na rua. O que acontece muito raramente. Sinto-me desconfortável e peço para que o telemóvel toque. E sinto-me mal porque também eu tal como a minha amiga anseio por um momento, em que me surpreendam de uma forma bonita, quase à filme e tive um à comédia e foi indiferente.
Mais do que perdida, como tanto já foi apelidada estas gerações de jovens, acho que está mais é não sintonizada. Não se trata de desencontros, que também existem, trata-se de encontrarem-se mas não estarem em sintonia.
São histórias perdidas entre o AM e o FM.
Tenho um amigo que diz ter uma rapariga até bastante interessada. O problema é que "Ela é muito alta. É gira, uma querida mas é muito alta! Não gosto de mulheres mais altas."
Tenho uma amiga que anseia que o namorado assuma o que sente por ela e queira namorar com ela para sempre.
Tenho um amigo que está sempre com uma amiga, fazem tudo juntos, gostam de estar um com o outro. Para ele não passa de amizade, não tem vontade de ir com ela para a cama, nunca foi, mas questiona-se sobre se será amor porque sabe que é isso que ela quer.
Tenho outro amigo que perante uma namorada, que para ver no que ia dar e a ex-namorada com quem não há futuro mas há borboletas, questiona-se e parte o coração à primeira.
Tenho uma amiga que gostava que a surpreendessem com uma acto revelador de sentimentos e vontade de ficar, mas não há maneira de isso acontecer.
Tenho um vizinho (que lhe devia apresentar) que nunca tinha visto na rua até à noite em que me abordou, dizendo que me tinha de conhecer, saber o meu nome e conseguir levar-me a aceitar tomar um café ali no bairro. "Tens qualquer coisa que te distingue no meio das outras pessoas. Tive de arranjar coragem e vir falar contigo!" Gelei de forma estupefacta embora me estivesse a rir, seria algum psicopata? Andando sempre para o carro, disse-lhe que podia ser que nos encontrássemos noutro dia e se, por acaso acontecesse, que iria tomar café com ele. Talvez para compensar a coragem que teve. Se nunca nos tinhamos encontrado, não nos iamos encontrar agora, logo não havia café. Enganei-me. E tive pena porque depois de um acto de coragem, não tive nada para dizer-lhe, não o achei interessante e ele até parece bom rapaz. Cada vez que agora, passados três anos, passo por ele na rua. O que acontece muito raramente. Sinto-me desconfortável e peço para que o telemóvel toque. E sinto-me mal porque também eu tal como a minha amiga anseio por um momento, em que me surpreendam de uma forma bonita, quase à filme e tive um à comédia e foi indiferente.
Mais do que perdida, como tanto já foi apelidada estas gerações de jovens, acho que está mais é não sintonizada. Não se trata de desencontros, que também existem, trata-se de encontrarem-se mas não estarem em sintonia.
São histórias perdidas entre o AM e o FM.
3 comentários:
Belíssimo texto! Amei!
Estou a torcer para que as tuas "frequências" se encontrem ;)
Beijocas
a menina também podia girar só um bocadinho da antena...
Com tanta amiga a suspirar não sei como é que ainda não te lembraste daquele "nosso amigo" (bold, itálico e sublinhado). Actos heróicos e ousados era coisa que certamente não iria faltar.
Pensa nisso. (é que assim sempre descansávamos um bocadinho ;) )
Parafraseando uma frase de um filme "Sometimes life is stranger than fiction"...
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