terça-feira, 2 de março de 2010

Todos percebem de uma forma ou outra.

O saber não ocupa lugar. O conhecimento deve ser democrático. Todos devem ter acesso de igual forma e depois o que fazem com o que recebem é lá com cada um. E a forma como assimilam, essa então é mesmo pessoal e não tem necessariamente de ser igual ao que é suposto e universalmente aceite pela generalidade das pessoas. Cada um deixa-se emocionar como quiser, consoante a experiência que tem, o estado de espírito que carrega no dia do encontro, toda a tralha que traz fruto de uma vida vivida. Se conseguir apreender toda a mensagem de uma música, de um poema, de uma obra de arte e tudo o que lhe pode estar inerente é bom, mas se apanhar apenas o que a sensibilidade lhe permitir muito melhor, é sinal que a qualidade da peça está lá e prevalece perante todos.

Assim sendo, que se páre de tornar comerciais obras primas, músicas fenomenais, mudando a sua essência. Que se páre de fazer versões para o popular. Poder-se-ia dizer que é uma forma de democratizar informação/cultura, mas de que serve oferecer versões incompletas e adulteradas das coisas que nos rodeiam?
Informar/educar de forma democrática não é dar apenas o que vende, o que "o povo quer", é dar mais e chamar a atenção para a pluralidade de temas que enriquecem a sociedade em que vivemos. Somos tendencialmente um povo de futebol, é certo, mas quando um campeão olímpico traz mais uma medalha para o país porque não dar-lhe a manchete, em vez do espirro de um jogador promissor dos sub-16? E por aí em diante.
Antes que nos tornemos gaivotas com perfeitos corações em voos a pique.

1 comentário:

Joana disse...

Estas nossas manias de não reconhecermos o que tem valor.... de estarmos sempre a mudar para pior o que até está bem...
Anyway...