quarta-feira, 31 de março de 2010

100 Obras para ouvir antes de morrer - Nº10





Tenho muita relutância em utilizar a palavra génio. É por definição um adjectivo para muito poucos seres, e a histeria colectiva em que vivemos leva a que qualquer jogar de futebol, possivelmente com um QI que fica abaixo dos minutos que dura a primeira parte, seja apelidado de tal, no decorrer dos mesmos. No entanto se me perguntassem o nome de um génio vivo, no meio musical, diria sem pensar duas vezes: Keith Jarrett. A partir daí teria de começar a puxar pela cabeça, para destrinçar quem passa daquela linha imaginária e discutível. Mas a este nem o temperamento lhe falta.

Um concerto de piano a solo deste senhor é uma viagem deslumbrante, que pode durar mais de 70 minutos, de música que roça a perfeição, surgida do improviso. Surgida do génio aliás. É impossivel calcular a influência que o legado deste pianista vai tendo, não apenas na música, mas na vida de tanta gente.

Escolhi o do La Scala, de 1997, simplesmente por ter sido o que me abriu a porta para tudo o mais. Deixo-vos com um Encore de um concerto em Tokyo em 87, até porque desde que comecei a escrever este post que tenho a sensação de que por muito que me esforce não há palavras que cheguem, e no fundo não fazem falta.


3 comentários:

Bruno Lázaro disse...

Conheci o Keith Jarrett através de ti e gostei á 1ª. Gostei do pormenor aos 3:40 não sabia que era possivel fazer aquilo

Joana disse...

Já há algum tempo emprestaram-me o "The Out-of-Towners" e fiquei fã!

P.s.
Vá não digas tão mal do Soul, só algumas é que gritam até lhes saltar as amigdalas!.... :P

Tempus_Fugit disse...

Eu até gosto de soul, mas até eles são histéricos, quanto mais elas! ;)