segunda-feira, 30 de junho de 2008
Das conversas...
domingo, 29 de junho de 2008
Planetas diferentes.
Continuaram a ler o menú, beberam um pouco de sumo, olharam em redor, tudo permaneceu inalterado após o que foi proferido em voz alta. Pensar que uma transposição tão simples de vontade pode ser feita entre géneros. Pensar que ela estava tão mais descansada desde que lhe disseram isto. Pensar que há situações em que preferimos acreditar no que ouvimos para amenizar a confusão que não conseguimos decifrar, mas à qual não desistimos de pertencer. Lá mesmo no fundo, é como o livro, as mulheres são de Vénus e os homens de Marte.
Descubra as diferenças
Folhas soltas. Ontem e hoje.
A primeira descobri num caderno, e tinha esquecido completamente tê-la escrito. A segunda é bem recente, foi escrita ontem, mas na metáfora do título pertence a hoje.
O estranho é pensar que mudei tanto nos anos que os separam os dois textos, e no entanto tanta coisa ainda recorrente, ou latente. Palavras, ideias, sentimentos. Até os ataques de rima, sensivelmente nos mesmos sítios... Fiquei com a sensação de estar a andar em círculos apesar de tudo o que mudou. Apenas a maturidade. Uma sensação de estar a partir pedra.
8/2004
Não sabemos quem somos
quando não existe uma verdade
que nos reparta a vida.
Apenas uma angústia
que cai junto com a noite
e desperta as incertezas.
Um barco à deriva,
sem vela nem vento.
Um vago sentimento,
desnorte, desalento.
Sendo o mar um infinito
que não sabemos desbravar,
fraco é o consolo
saber que há um amanhã
sentir força
sem saber para onde remar.
6/2008
Nada mais do que o vento.
O azul, a consistência do sonho
Na transparência dos dias,
em que nada se mede,
e pouco se sente.
Como se confunde
a evidência da vida,
da pena ao pensamento.
Da euforia ao desalento.
Do fôlego à alma.
E nada mais do que o vento
quinta-feira, 26 de junho de 2008
Dos porquês
quarta-feira, 25 de junho de 2008
Assoberbada
The world fascinates me.
Truques de beleza.
segunda-feira, 23 de junho de 2008
Meteorologia!
"Hoje parece que o São Pedro se zangou com o São João! Esta noite vai ser longa e com mau tempo..."
É encorajadora a inspiração que o stress de um directo pode provocar.
A altura de colocar os óculos cor-de-rosa.
Saidos da sala, ainda com o cheiro das pipocas a pairar, cada um para seu lado, embarcam nas águas agitadas da corrente quotidiana. E, é nessa altura, que despertam para a realidade que não os deixa... os combustíveis continuam com preço elevadíssimo, por consequência a crise dos alimentos arrasta-se. Os EUA continuam a queimar cereais lá em cima no pedestal cheio de fissuras. Ao lado, Hugo Chavéz prevendo esta situação ou melhor não querendo que o seu povo venha a passar fome, fez mais uma daquelas alianças de troca de géneros, desta vez com o Brasil, e queima canas de açucar para conseguir um combustível reciclado.
Por cá, andam todos a puxar fogo principalmente às carteiras, endividam-se, na maior parte das vezes, não para obterem bens de primeira necessidade, mas para comprarem o que lhes aprouver pela sensação de poder que o acto lhes pode trazer.
A parte boa é que há bandeiras por todo o lado "será a a vizinha maior que a minha?" e o pessoal vai deixar de ir de férias para o Brasil, uma vez que em breve pode usufruir cá daquela realidade, nada de ter de aturar a presença da classe média!
A causa das coisas
Piada de musico
- Então mas as salas de canto são maiores que as de piano? Não faz muito sentido.
- Não vês que é para o ego das cantoras caber ali dentro...
Acho um bocado injusto, ainda assim. Desde quando é que os pianistas têm o ego pequeno???
Cheers!!!!
Brandi Carlile
Sob o céu
domingo, 22 de junho de 2008
In Memorian
Por vezes perdemos pessoas que faziam parte do nosso universo pessoal, muitas vezes até. Que apesar de não conhecermos pessoalmente nos tocaram de algum modo. Algumas vão simplesmente quando a natureza as leva, sem uma prematuridade gritante. Outras partem deixando o vazio de tudo o que ainda nos poderiam dar.
quinta-feira, 19 de junho de 2008
Pequenas coisas que nos dão prazer #5
PS: "Transforme-se no seu Personal Trainer de Hugo Pereira. Todos a comprar!:)"
De um lado para o outro #2
O menos bom - Se forem muitos dias seguidos, chega uma altura em que começa a parecer-nos que o menú não varia assim tanto. "Crepe com gelado não foi também no primeiro dia?"
terça-feira, 17 de junho de 2008
As Pedras do Caminho
Que construa o poema que nos restitua a paz e o alento
Que construa uma ponte sobre as mágoas
E que elas sejam as pedras do caminho
Que constroem a estrada do porvir...
Quando o jantar é churrascada...
Grey's Anatomie
O dom da palavra...
- Bem tu de modesto não tens muito!
- Agora que falas nisso, realmente reparo que tens razão... tenho imensas qualidades, mas a modéstia não é uma delas!
segunda-feira, 16 de junho de 2008
domingo, 15 de junho de 2008
O espírito de ver futebol em grupo
- "RRRRRiiicarrrrdo!!!!! Grande defesa, espectacular....
Duas cadeiras ao lado, outro histérico:
- Eh pá, é nisto que o Ricardo é bom! Ele só tem problemas é nas saídas.
(Ui! Problemas tenho eu... O Ricardo a sair às bolas parece uma andorinha)
No nosso grupo de 3, a falar discretamente:
- Eh pá, é nisto que o Ricardo é bom! É um guarda-redes concreto, percebes, aquilo se a bola for contra ele não o consegue atravessar, porque é...
- É material, existe fisicamente.
- É isso.
- Sim porque deve haver aqueles que andam por ali em espírito desencarnado, e esses pronto, a bola já os atravessa como se nada fosse.
- Pois é...
Após alguns segundos de reflexão metafísica sobre a nossa existência material:
- ....I see dead keepers!...
Também se descobriu um novo síndroma, que ataca os fiscais-de-linha neuróticos. Foi baptizado singelamente, o síndroma Dr.Strangelove. Claro que a piada não foi muito longe também...
E assim cheguei à conclusão de que para ver futebol no meio da turba, e ao fim ao cabo, de um modo geral, estar na vida, o importante é ter as pessoas certas ao lado. O resto depois é paisagem.
Espero que eles batam muito nos suiços hoje. Enquanto os suiços estavam a estudar afincadamente desde a primária, nós estivemos a jogar à bola, portanto, há que meter esses betos no lugar deles.
terça-feira, 10 de junho de 2008
Escolha acertada
sexta-feira, 6 de junho de 2008
quinta-feira, 5 de junho de 2008
O staff do blog na feira
Claro que foi uma peixeirada, não tanto da minha parte que tenho um certo nível a manter, mas mais à custa dos outros dois. Da próxima sugiro a feira de Carcavelos, para não nos sentirmos tão deslocados.
Confirma-se claramente que quando nos juntamos fora da blogosfera a coisa funciona muito bem. Não que eu alguma vez tivesse tido dúvidas sobre o assunto, mas assim sempre aproveito para o comunicar aos meus duendes ajudantes!
Ainda assim, acho que me podia ter divertido mais, principalmente na parte em que andei só com a senhora Rita por entre as bancas. Cada proposta brilhante que eu fazia era chumbada imediatamente com interjeições carregadas de horror e incredulidade! Por exemplo:
Na Dom Quixote, com 3 livros debaixo do braço:
- Mas é mesmo preciso pagar isto? A caixa é tão longe... E se fossemos a correr por aí abaixo?
- Tu não me faças passar uma vergonha dessas!!!!
(Gosto particularmente da credulidade! O facto da senhora Rita achar que eu seria capaz deixou-me contente)
- Então e se eu fosse ali pedir ao Saramago para me assinar este livro do Lobo Antunes?
- Tu não faças uma coisa dessas!!!!
Enfim, da próxima está visto que tenho de fazer sem ir a plenário, senão nunca vejo uma proposta aprovada...
Ainda dois episódios paralelos.
O Filipe a explicar ás meninas da Dom Quixote que não valia a pena ir procurar o Alexandre O'Neill na literatura estrangeira porque ele era português, e que "O homem sem qualidades" era do Robert Musil (também raio dos escritores pá, com estes nomes tão parecidos!...). Enquanto isso, no outro lado da feira:
- Olha aquele é que deve ser um bom livro, "porque é que os homens nunca ouvem aquilo que as mulheres lhe dizem"
- Hã?
- Estava a dizer que aquele livro é que deve ser interessante, chama-se "porque é que os homens nunca ouvem aquilo que as mulheres lhe dizem"
- O quê Rita?
- Está ali um livro que se chama: "porque é que os homens nunca ouvem aquilo que as mulheres lhe dizem"
- O quê?? O que é que estás prai a dizer?
Meus lindos, gosto muito de vocês! Se pensarem que eu quanto mais gosto de uma pessoa mais tendo a brincar com ela, aí têm...
:-)
quarta-feira, 4 de junho de 2008
Maçada!
E isto pode ser uma grande maçada. Nada como andarmos metidos connosco próprios.
Nervos.
São assaltados com tantos flashes que não sabem para onde virar-se; é quase impossivel dizer não e depois é uma fartura de fotos nas edições do dia seguinte.
Neste caso, em vez de termos de sorrir para a fotografia, temos de assumir uma cara de reflexão "Sim, sim, também um bocadinho desse!" Se dizemos que não provavelmente calha-nos no prato na mesma. Conversas entre os convidados quase impraticáveis pois a cada segundo espetam com um naco de carne entre nós e o companheiro do lado. Com tanta fartura, fica-se sem fome e num autêntico stress para gerir tudo aquilo.
Convém acrescentar que não compensa para quem é considerado um pisco a comer.
terça-feira, 3 de junho de 2008
JLB
"Escrevo com a seriedade com que uma criança brinca"
Jorge Luis Borges(1899-1986)
Vou ali à feira do livro comprar o volume que me falta das obras completas e já venho... :-)
domingo, 1 de junho de 2008
Era uma vez, no paraíso...
Adão vagueava constantemente pelo paraíso deslumbrando os sentidos a cada passo, mas sendo o único da sua espécie, um sentimento de solidão começou a assola-lo. Tudo era belo demais para não ser partilhado com alguém. Então resolveu pedir a seu Pai uma companheira, a exemplo do que vira em tantas espécies que habitavam o paraíso...
Adão: Pai, sinto-me só apesar de todas as maravilhas que olhos vêm, não tenho com quem desfrutar de tudo isto em comunhão. Fizeste-me de natureza dialogante, e no entanto não tenho com quem dialogar. Porque me condenaste a esta solidão?
(Deus, apesar de algumas heresias que tentam por vezes impingir-nos, como toda a gente sabe, é uma figura masculina. Um senhor de longas barbas brancas, algo parecido com o Pai Natal, mas com uma túnica branca vestida)
Deus: Meu filho, tens razão, já tinha isso em mente, mas um pequeno problema técnico impediu-me de realizar o teu desejo antes de o formulares dentro do teu ser.
Adão: O quê meu pai?
Deus: Acabou-se-me o barro com que te moldei. Um material nobre e especial, e então não tenho como criar-te uma companheira.
Adão: Então ficarei para sempre só meu pai?
Deus: Bem, vejo uma solução, mas terei de criar a tua companheira a partir de ti.
Adão: Como assim?
Deus: Cede-me uma parte do teu corpo, e a partir dela formarei a tua companheira.
Adão: Eia! Um bocado do meu corpo?!? Eu bem me parecia que esta história de paraiso, tudo bonito e perfeito estava a correr bem demais! Já cá faltava a...
Deus: Meu filho, pára com a lamentação. Não há outra forma ou eu providenciaria. Cede-me uma parte nobre do teu corpo para que consiga igualar a tua perfeição. O teu braço direito serve.
Em estado de choque, Adão imagina-se maneta e a coisa parece-lhe iconcebível!
Adão: Mas, meu pai... ficarei inválido! O único ser deficiente do paraíso! E se fosse aqui esta parte(apontando para o pénis)? Eu podia acocorar-me e fazer as necessidades na mesma...
Deus: Eh pá... Essa vais precisar. Vai por mim, que sei tudo sobre todas as coisas. E a excelência da tua companheira depende da tua escolha, a parte do corpo de que abdicares ditará o quanto ela pode ser equiparada a ti ou não.
Adão pensa, pensa, e chega à conclusão que a coisa não poderá correr assim tão mal com uma solução de compromisso. Respira fundo, levanta os olhos para o céu e diz:
Adão: Então o que é que me arranjas aí por uma costela?
E pronto, o resto da história acho que já toda a gente sabe...