1ª Confissão: Sou filha única de um pai fotógrafo.
2ª Confissão: Nasci no Intendente se bem que, por alguma razão que consideraram relevante, os meus pais optaram por pôr no meu B.I, "Naturalidade: Queluz - Sintra". Efectivamente foi aí que residi nos primeiros treze anos da minha vida, e foi também aí que fui baptizada.
Por motivos que mais tarde vão perceber, deixo a 3ª Confissão para o meio do post.
Portanto, há 28 anos e qualquer coisa atrás, dei por mim vestida num pesadelo de cetim amerengado, ao qual não faltaram as clichés fitas de cetim cor de rosa, nem a touca de rendas para completar o modelito. Era o dia do meu baptizado e eu lá estava, incauta e inocente, cheia de bochechas cor de rosa, vestida de merengue, a bolsar indiscriminadamente pelos jardins do Palácio de Queluz. Ora o que aconteceu a seguir veio alterar por completo a minha vida até ao presente dia. O meu pai, a sua veia artística, e o entusiasmo por ter uma criancinha, resultou na brilhante ideia de inúmeras e assutadoras fotografias minhas em cima de todas as estátuas do palácio de Queluz.
Não sei se estão a seguir bem a história, mas num breve insight posso esclarecer que eu tinha meses, logo cerca de meio metro, e fui forçada a estar ao pé de estátuas gigantes, cheias de verdete e com um ar verdadeiramente assustador. Há inclusivé uma foto em que estou em cima de uma estátua dentro de um lago/fonte. Se se estiverem a colocar a questão de como raios é que eles me conseguiram pôr dentro de uma fonte redonda, de diâmetro bastante considerável, sem um escafandro ou sem que uma tragédia tivesse acontecido...não vos sei responder. Continua um mistério até hoje.
E isto leva-me à confissão nº3: Sim, eu tenho medo de estátuas. Tudo quanto sejam estátuas de figuras humanas ou animais, de tamanho real ou maiores...é para esquecer, ou então para guardarem a memorável e hilária recordação de um adulto a entrar em pânico face a um bocado de pedra.
Freud não explica, mas no decorrer da minha vivência, e uma vez que estudei artes, fui-me apercebendo de que as estátuas que mais confusão me fazem são as do período barroco ou neo-clássico e, coincidência das coincidências, esse é justamente o período das estátuas do Palácio de Queluz.
E agora outra pergunta inevitável: O que é que isso vos interessa e, já agora, o que é que isso tem a ver com o Adónis levantar de novo a cabeça?
Bem...interessar, não interessa para nada (talvez me interesse só a mim e à minha capacidade retorcida de encontrar simbologias e fazer associções). Agora o Adónis...tem tudo a ver. É que as malfadas estátuas do Palácio de Queluz estiveram em retiro durante quase dois anos e voltaram agora para nos assombrar com a sua restaurada beleza. E, como parece ser o ano de vencer os medos, acho que até sou gaja para ir até lá e olhá-las olhos nos olhos.
* título de uma notícia no Público
4 comentários:
Primeiro umas caipirinhas e dp vamo-nos a elas:) sounds good?
parece-me muitíssimo bem.
Escolhemos um domingo em que a piquena não vá rumo ao norte de áfrica, vamos ao "nosso" restaurante, pedimos ao Pailo jorge para caprichar nas bebidas e lá por volta das 2 já devemos estar em condições de ir até queluz.
é claro que depois temos que trazer um dos empregados connosco, afinal não podemos conduzir em determinadas condições...
Tudo em nome da segurança!
tudo em nome da segurança:D bjs
Nós as gajas tamos nessa, que mais nao seja p as caipirinhas...ja p a coisa das estatuas...
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