quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Lontano


Há dias, semanas até, em que me sinto a raspar o fundo do poço da paciência. Um acumular de cedências ao que seria a felicidade. E nesse limiar dou por mim cansado, quase exausto , da condição humana. Cansado dos afectos, dos que esperava e da expectativa em torno dos meus, cansado dos desencontros de tempo e vontade, da cordialidade acomodada, das expectativas, dos sonhos, das ilusões e desilusões. Tudo isto se me afigura interminável.

Queria, nesse limiar, ser uma pedra. Ser, simplesmente. Existir na indiferença do sol que me aquece, da chuva que me abraça aos poucos, da luz reverberante, da profundidade do mar, do som de uma árvore acariciada pelo vento. De ti.

Depois tudo se desvanece, ao longe.

4 comentários:

Sabina disse...

Humano com coração de pedra? ;-)

relaxa....

beijinho

Tempus_Fugit disse...

Só um delirio, fruto do cansaço... Nem tudo pode ser mau nesse estado. Pelo menos a imaginação sempre viaja um pouco, sem travões de bom senso.

Bj

Joana disse...

A pedra passados muitos mil anos transforma-se em areia e é o sítio mais confortável para o mar se espreguiçar!

Tempus_Fugit disse...

Joana!
Bons olhos a leiam...
;)