sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Timbuktu


É um livrinho do senhor Paul Auster, em que o personagem principal é um cão absurdamente inteligente... Tão inteligente que é o personagem mais equilibrado e clarividente da história, o que é assim a atirar para o surrealismo de mau gosto. Mas no caso, a leitura do que não é dito é o que interessa. A alegoria feita com o sermos pouco donos da nossa vontade e escravos da nossa própria natureza está lá, é só extrapolar da perspectiva canina para a humana. Bem como a ligação directa entre a inteligência e os desgostos a ela inerentes, por nos obrigar a ver mais profundamente o mundo em que vivemos.

Acaba por ser um belíssimo livro, para os leitores de entrelinhas. Para os outros é bem capaz de ser uma merda. É que neste livrinho até a beleza e o optimismo estão latentes, e quase parecem um presente escondido para aqueles a quem a inteligência obriga a ver mais longe...

Paul Auster online

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