terça-feira, 19 de agosto de 2008

Como uma grande sala de bailado...

Os EUA consideraram que a Rússia estava a ameaçar os direitos de soberania do território ao ter invadido a Geórgia. Curioso se, num breve relance pelo passado recente, observarmos o que aconteceu no Kosovo. Os EUA eram a favor a separação do Kosovo.

A Rússia não vê com bons olhos quem ameaça a vida de cidadãos russos e, por isso, resolve dar um pequeno exemplo da sua força, servindo o caso de aviso antecipado para o Ocidente (ou não fosse bombardeado exactamente a zona do único oleoduto que fornece a Europa e EUA). O urso não está morto, está ferido e, por isso, mais perigoso. Se concordar na separação da Geórgia estará a abrir um precedente relativamente a todas as outras regiões separatistas... As regiões do Cáucaso que parecem nunca ter descanso em confrontos constantes.

O Presidente da Geórgia achava que estava na boa apesar de nem ter força para fazer frente a uma potência mundial, porque a Europa iria no seu alcance. Enganou-se.

A velha Europa não teve poder para uma resposta imediata (para não mencionar o receio de tomar uns duches de água fria por uns tempos). A Rússia tinha percebido a fraqueza e desorientação na altura da guerra no Kosovo. O mais provável é que com isto tudo a Rússia tenha contribuido para que a Geórgia seja de facto reconhecida na NATO, e isso seria um grande golpe no orgulho desta potência. No entanto, até que ponto a Europa deve, por consequência, garantir segurança aos cidadãos da Geórgia quando na verdade não terá meios de a assegurar?

Assim, vai a dança internacional. Quando a banda toca mais baixo, vê-se nitidamente um urso ressentido de uma Guerra Fria que deixou mazelas e todos sabemos que o ressentimento é muito ressabiado.

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