Continuo a percorrer este bairro, cada vez mais deslumbrado.
Desta vez deparei-me com o senhor Breton (que tal como os restantes é decalcado da nossa realidade para a do bairro), que é o menos autista dos que conheci até agora. Isto apesar de se entrevistar a si prório, formulando perguntas brilhantes e enormes às não responde, pois na verdade a pergunta já contém a resposta ou a sua impossibilidade imediata.
Sendo o menos autista o sr. Breton proporciona alguns vislumbres de bairro, e poucas linhas devem chegar para vos mostrar o quanto eles merecem ser lidos. (Conhecer a obra das figuras neles retratadas pode dar toda uma outra dimensão, mas não é fundamental para que se goste destes livros). E as ilustrações despretensiosas de Rachel Caiano estão perfeitas.
"...Tenta não olhar-se ao espelho, dirige-se à janela. Começa a rir-se.
Era o senhor Valéry a passar na rua, lá em baixo. Avançava com dificuldade pois levava dois sapatos direitos calçados...
...Mas, de súbito, o senhor Breton ouviu um estrondo enorme.
Era a porta do prédio ao lado.
A delicada senhora Woolf acabara de sair."
Desta vez deparei-me com o senhor Breton (que tal como os restantes é decalcado da nossa realidade para a do bairro), que é o menos autista dos que conheci até agora. Isto apesar de se entrevistar a si prório, formulando perguntas brilhantes e enormes às não responde, pois na verdade a pergunta já contém a resposta ou a sua impossibilidade imediata.
Sendo o menos autista o sr. Breton proporciona alguns vislumbres de bairro, e poucas linhas devem chegar para vos mostrar o quanto eles merecem ser lidos. (Conhecer a obra das figuras neles retratadas pode dar toda uma outra dimensão, mas não é fundamental para que se goste destes livros). E as ilustrações despretensiosas de Rachel Caiano estão perfeitas.
"...Tenta não olhar-se ao espelho, dirige-se à janela. Começa a rir-se.
Era o senhor Valéry a passar na rua, lá em baixo. Avançava com dificuldade pois levava dois sapatos direitos calçados...
...Mas, de súbito, o senhor Breton ouviu um estrondo enorme.
Era a porta do prédio ao lado.
A delicada senhora Woolf acabara de sair."
rachelcaiano.blogspot.com
goncalomtavares.blogspot.com/
2 comentários:
Permita-me fazer um pedido: tente não utilizar a palavra "autista" ou "autismo" em seus textos sem referir-se à síndrome, e entendo que isso será fácil, pois vejo que você tem um vocabulário vasto e rico.
Pois isso dificulta a pesquisa online de pais de filhos com autismo, que encontram seu texto equivocadamente, pois estão em busca de informação sobre a doença. É só um pedido.
Longe de mim querer desviar quem procura alguma coisa de útil para este blog. Mas tenha também em conta qualquer palavra pode levar quem usa um motor de busca a um sítio que não lhe interessa, e parece-me impossível que quem escreve despreocupadamente consiga contornar as pesquisas úteis de todas os usuários! Quem faz uma busca deve procurar sempre com mais específicidade e usando as ferramentas correctas, como por exemplo "síndrome de autismo", assim entre aspas.
Mas farei todos os possíveis para responder ao seu pedido educado e com fundamento. Obviamente que não fico contente que venham aqui parar por eu usar o nome de uma condição como figura de estilo...
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