segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Roberto Bolaño | 2666






No instante em que meti a mochila às costas assaltaram-me memórias do 6º ano, altura em que ainda ia na conversa das professoras, e levava o meu próprio peso em livros às costas. Estávamos na era pré-trolleyca, não havia rodinhas que nos valessem. Depois veio a adolescência, e apesar das professoras continuarem com a mesma opinião eu comecei a descobrir que a vida é demasiado curta para trabalhos forçados...

No comboio as pessoas olham ostensivamente para tentar perceber se eu estou a ler o dicionário.

Cerca de 200 páginas depois, não tenho grandes dúvidas: é uma das melhores obras da história da literatura. Sei quando o acabar me vai deixar um vazio dentro, e as 1030 páginas terão passado demasiado rápido. Estou contente por ter gasto mais dinheiro do que tinha na altura para comprar a edição limitada no lançamento na Ler Devagar. Percebo toda a unanimidade de críticos, escritores e leitores em torno deste livro.

Carrego, feliz, uma mochila demasiado pesada, neste caso porque a vida é demasiado curta para não a carregar.

6 comentários:

Sabina disse...

Alto e pára tudo!!!!!!

Tu tens uma edição especial? Aquela feita com não sei quantos tipos de papel diferente? Snif, snif também quero!!!

Mas esse livro é muito mais grosso que o outro, não é? ( mais caro, já percebi que sim)

Mas tu andas a ler rápido... deixa cá pegar no meu e ver o que tem a página 200...

Ah, acabaste a primeira parte. Fiquei com tanta pena quando a primeira parte acabou.

Agora a sério. Cheguei a uma parte do livro em que estou a saborear. Não quero que acabe e leio mais devagar. Não interessa o destino mas a viagem que fazes.

Ai, estou tão contente por estares a ler a gostar :-)

beijo :-)

Sabina disse...

Já agora, cada tipo de papel corresponde a uma parte do livro?

Tempus_Fugit disse...

Não me lembro bem qual era a diferença de preço, era alguma, mas sei estava numa altura má do mês e andei ali indeciso... Quando cheguei à caixa e perguntei, o rapaz disse-me: olha, é a última edição especial. E eu lá disse: Bem, então é porque estava à minha espera!

Aquilo no lançamento foi um aparato enorme... Criticos, escritores, realizadores e actores (nomeadamente uma actriz que eu não esperava ver a fazer tal coisa) a fazerem leituras. Margueritas oferecidas. O diabo a 4.

É assim para o aleatório a distribuição do papel. Mas resulta muito bem. Parece-me mais grosso que o outro, mas não tenho a certeza.

Isto com 2 horas de comboio de segunda a quarta, que são os meus dias de trabalho, mais o que leio à noite acaba por andar bem.

Ainda não tenho teorias sobre o titulo, mas partilho completamente o teu sentimento quando acaba a primeira parte! Fiquei mesmo triste... Aqueles personagens são tão bons!

Trocamos umas sugestões de leitura quando se acabar o Bolaño? Parece-me uma boa ideia assim de repente!

;-)
Beijo

Sabina disse...

Eh lá, temos aqui VIP que foi ao lançamento ;-)

Tenho chegado a casa tão cansada que não tenho lido muito mas depois de amanhã as coisas voltarão ao normal.

Depois do 2666 queria ler o último do philip roth, "Indignação", ou então, heresia das heresias, atiro-me ao último dan brown. Ou tens sugestão melhor??

Hoje vi, de passagem, muito de passagem, uma estante num supermercado com uma edição de livros muito baratos (acho que 5€). Era uma espécie de livros de bolso de capa branca e sem grande grafismo. Apesar de estar com muita pressa os meus olhos ainda repousaram sobre Mia Couto, Agualusa e outros. Não sei de que editora eram, não sei nada mas amanhã a ver se passo por lá para ver com mais atenção. Sabes que colecção é essa?

beijinho

Joana disse...

Se tinhas dúvidas em ler este livro, acabaram de se dissipar neste momento!
Obrigada pela dica!

Tempus_Fugit disse...

Joana, fico muito contente por ajudar à decisão final :)
Pequeno aviso à "navegação": é pesado, não só fisicamente, mas lê-se com muita facilidade. Requer é bocadinho de estômago.

Ainda não acabei, mas já tenho a sensação de que é um daqueles livros que nos faz sentir que mudou qualquer coisa dentro de nós quando chegamos ao fim...